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sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Oba, hoje tem jogo do Flu!

O mês era abril e o ano 2010, quando publiquei meu primeiro artigo do “Quando falta pauta” com milhares de visualizações. Em Oba, hoje tem jogo do Santos!, analisei o momento do time que ficou conhecido naquela década como aquele que dava show em campo e “previ” que o Peixe deveria jogar contra o melhor Barcelona de todos os tempos. Isso aconteceu no Mundial de Clubes de 2011, porém, os Meninos da Vila respeitaram demais a equipe catalã, o que resultou em uma goleada por 4 a 0.

Em abril de 2022, o Fluminense recontratou o técnico Fernando Diniz (a pedido dele), que também foi citado em uma crônica deste blog devido ao seu modelo de jogo. “Eles desorganizam muito. Atacante vem, zagueiro sai, lateral entra e acaba que eles ganham em número de jogadores ali no meio-campo, onde trabalham com cinco ou seis”, disse o maior ídolo da história do Tricolor, Fred, após perder para o “Dinizismo”.

O Flu de Diniz_Divulgação
O Flu de Diniz_Foto: Divulgação/Fluminense FC

Neste ano, além de conquistar seus primeiros títulos na carreira como treinador – o Campeonato Carioca e a Libertadores –, Diniz assumiu interinamente o comando da Seleção Brasileira e, assim como o Santos, terá a oportunidade de enfrentar o último vencedor da Liga dos Campeões, que igualmente é comandado por Pep Guardiola.

Desta vez, não farei projeções. Só espero que o Time de Guerreiros continue jogando pra frente, pois, se fugir das características de seu técnico, será colocado na roda do Manchester City... Não quero me arrepender por acordar nesta sexta dizendo: Oba, hoje tem jogo do Flu!

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Da pandemia à São Paulo, do São Paulo até Richarlison

O ano era 2020, quando a Covid-19 foi classificada pela Organização Mundial da Saúde como pandemia. Além do medo de ser infectado e, principalmente, transmitir a doença para meus familiares, estava desmotivado com o meu emprego da época. Com isso, passei a procurar por novas oportunidades de trabalho e, pela primeira vez, mais distantes da minha região.

Uma delas, apontada como de “empresa confidencial”, foi enviada para meu e-mail por indicação de um site de emprego. O que mais chamou atenção naquela mensagem foi que meu currículo atendia a 79% dos requisitos para a vaga. Mesmo sendo em São Paulo, onde imaginei que seria mais difícil “fugir” da Covid, além do medo de uma possível vida na metrópole nacional, decidi me candidatar. Em menos de duas semanas, fui contratado e já estava morando na Zona Leste com minha esposa e nossa bebê.

Sim, o “menino do interior” enfrentou dificuldades na Capital. A principal delas foi passar menos tempo ao lado da família: entre ida, trabalho e volta para o apartamento (aqui, cabe o registro que nasci e cresci em chácara, só mudando para um centro urbano depois de casado) eram aproximadamente 14 horas – em dias de semana, ver minha filha acordada era raro. E, como estávamos em fase de alerta do plano estadual de flexibilização econômica, curtir sábados e domingos na cidade grande era impossível. Para aliviar, meu time do coração estava na liderança do Campeonato Brasileiro, então, assistir seus jogos e vídeos de comentaristas esportivos pós-vitórias estavam servindo como uma terapia para mim.

Infelizmente, o São Paulo Futebol Clube caiu de rendimento nas últimas rodadas da competição e perdeu um título que parecia certo. Para diminuir minha decepção naquele final de ano, o técnico Fernando Diniz foi mantido no cargo. Não, não tenho vergonha de dizer que virei fã do “Dinizismo”!

Por esse motivo, eu era um dos poucos brasileiros empolgados com a estreia do Brasil nas eliminatórias da Copa do Mundo 2026. Estava curioso para ver o modelo de jogo do treinador em nossa seleção. E gostei do que vi em campo. Fora dele, porém, muito me chateou ver o choro do atacante Richarlison, após ser substituído durante a partida.

Na última terça-feira (12), em entrevista depois da vitória do Brasil contra o Peru, o jogador afirmou que iria buscar tratamento psicológico ao voltar à Inglaterra para defender o Tottenham. Hoje, também em coletiva de imprensa, o treinador de seu clube, Ange Postecoglou, prestou solidariedade, dizendo que o atleta terá todo o suporte que precisar.

Nascido na cidade de Nova Venécia, localizada no interior do Espírito Santo, Richarlison expôs a realidade de inúmeros profissionais de origem pobre. “Muitos têm o futebol como a forma mais rápida de ascender na carreira e tirar a família da comunidade. Para além da cobrança que o próprio esporte impõe, com a ânsia de mudar a realidade social dos seus, muitos exageram no nível de auto cobrança, o que pode acarretar em oscilações na performance”, informou a psicóloga Larissa Carlos, em depoimento ao ge.

Fui da pandemia à São Paulo e do São Paulo até Richarlison para concluir este texto com a seguinte reflexão: reconhecer que precisa de ajuda, especialmente na área da psicologia comportamental, é um dos maiores desafios do ser humano, portanto, jamais diminua o sentimento do outro! Certa vez, uma amiga me confidenciou que procurar tratamento psiquiátrico doeu tanto quanto o parto de sua filha... Atualmente, integro a rede de apoio dela. Quanto ao nosso camisa nove, parabenizo-o pela coragem do desabafo – esse foi o pontapé inicial na bola que o fará “voltar mais forte”.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

A relevância do jornalismo socioambiental

Os mais açodados têm alardeado que o jornalismo pode estar com os seus dias contados e que mídias seculares, como o rádio e o jornal impresso, correm o risco de simplesmente desaparecer. Os últimos informes realmente não são alvissareiros. Mas há, sim, registros firmes assegurando que as cassandras de plantão têm, felizmente, tudo para errar na previsão.
As inovações tecnológicas estão, sem dúvida, provocando uma verdadeira revolução na vida moderna e, consequentemente, na forma com que geramos e consumimos informação. Minha querida avó, Margarida d’ Oliveira – fã de todo tipo de livros, especialmente os de poesia e romance policial, tendo-se arriscado a produzir alguma de boa qualidade – jamais imaginaria, no início do Século 20, que um dia sua bisneta, minha filha, se tornaria uma qualificada jornalista de mídias digitais. A neta – no caso, esta que vos escreve – ainda pegou a transição do jornalismo analógico para digital. Comecei a trabalhar com máquinas de escrever pesadas e inesquecíveis. Meninos, é verdade, vi o nascer dos primeiros computadores, a chegada da Internet; as buscas eram feitas em bibliotecas e arquivos de jornais em papel escurecido.
Nem por isso, o meio jornal deixou de existir e muito menos a tradicional rádio. Os pessimistas de plantão se apressarão em dizer que conteúdo pode ser encontrado em gigabites nos mais diversos provedores nos mais diferenciados idiomas e dialetos. Pode ser. Mas o bom e velho Jornalismo continua o mesmo. O que apura, o que denuncia, descortina, faz serviço, informa e transforma. Mudam as formas, os meios, as tecnologias. Ficam os princípios.
D. Margarida não se acostumaria, sem dúvida, com o que ela sempre chamava de “modernidades”. Mas, uma mulher sempre à frente de seu tempo – que ficou viúva jovem e criou os três filhos homens com altivez e coragem – sempre soube reconhecer o valor do Jornallismo atual. Como nos ensinou o valor da cultura, dos livros, da mídia. Isso, ainda nos anos 60 e 70.
Teria orgulho da neta e da bisneta jornalistas, trabalhando incansavelmente para bem informar, formar, transformar. Bisavó e bisneta, infelizmente, não chegaram a se conhecer. D. Margarida faleceu quando eu ainda era adolescente, nem sei se cheguei a lhe falar do meu sonho acalantado de ser um dia jornalista. Sabia do gosto pelas letras, pela Literatura e Poesia, isso ela sempre soube.
Sem uma imprensa livre, ética e independente jamais teremos uma sociedade democrática de fato. A mídia socioambiental tem procurado fazer o seu trabalho de forma íntegra. Não tem sido fácil. Quem desejar empreender nesta área precisará perseverar. Dito isso, não quer dizer que logo eu – sempre tão otimista – vá desestimular quem assim deseje enveredar pelos caminhos desta vertente do Jornalismo. Vá em frente, estude, converse com quem entende da área, esteja nos lugares certos, prepare-se para atuar em rede.
O Jornal +Notícias Ambientais realizou meu desejo de empreender nesta área
É verdade. Poucas empresas e parceiros realmente reconhecem o valor da mídia socioambiental: formada por guerreiros que acordam cedo e dormem tarde em busca da melhor notícia, da foto mais apurada, da informação precisa. Sempre em prol do leitor, da sociedade, do compromisso com a transformação do modelo atual para a chamada economia de baixo carbono. Mas é possível sim achar grandes e verdadeiros parceiros.
Reitero – sem a mídia socioambiental, não teremos quem seja capaz de colocar o dedo na ferida quando necessário, de avançar na apuração, de traduzir o que parece inatingível para a maioria. Nas figuras de relevantes e leais colegas de trajetória, aqui representados pelos veteranos Washington Novaes, Vilmar Berna, Dal Marcondes, Lúcia Chayb e René Capriles, Paula Saldanha e Cláudio Savaget, o nosso compromisso com a causa. Não a nossa causa, mas sim a da mídia. A causa maior, por uma sociedade socioambientalmente mais justa e menos desigual. E que muitos, muitos outros, jovens aguerridos possam se juntar a nós nesta jornada. Não sucumbiremos. Somos sobreviventes e, estejam certos, viemos para perseverar.
Em memória de D. Margarida d’Oliveira, para Isabella Araripe e a todos os jovens que militam ou irão militar no jornalismo.
Sônia Araripe, jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, tem 30 anos de profissão, tendo atuado em diversas redações como: Jornal do Brasil; Jornal do Commercio; Agência Broadcast; O Estado de S. Paulo; O Dia; Rádio FM O Dia; TV Globo; Revista Conjuntura Econômica e Revista Forbes Brasil. Ganhou vários prêmios jornalísticos e acaba de receber o Prêmio “Os 100 mais Admirados Jornalistas Brasileiros”. Tem MBA em Comunicação Empresarial pela PUC-Minas e Pós-Graduação em Meio Ambiente pela Fundação Getúlio Vargas. Há oito anos é publisher de Plurale em revista e Plurale em site (www.plurale.com.br) e sócia proprietária da S.A. Comunicação prestando serviços para várias empresas na área de Comunicação e Sustentabilidade.
Fonte: Revista Jornalismo Ambiental, que foi distribuída durante o VI Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental (CBJA).

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Instruções para indicação de Juan Piva como Jovem Líder da ONU

Siga as instruções abaixo para indicar Juan Piva como Jovem Líder da ONU pela Sustentabilidade
No site - www.sdgyoungleaders.org/nominate/#nominatinform -, clique em "Nominate", dentro do retângulo azul.

1- Antes de nomear Juan Piva, responda às perguntas abaixo:

a) Ele é um líder? Pode comandar uma audiência, inspirar outras pessoas e influenciar seus pares em favor do desenvolvimento sustentável?
Caso concorde, clique em “Yes”.

b) Ele tem entre 18 e 30 anos?
Yes”.

c) Ele fala inglês?
Clique em “Conversant English spoken”.

2- Informações sobre o nomeado:

a) Primeiro nome.
Escreva “Juan” e clique em “ok”.

b) Último nome.
Escreva “Piva” e clique em “ok”.

c) Data de nascimento.
Digite “26/01/1990” e clique em “ok”.

d) Gênero.
Clique em “male”.

e) Nacionalidade.
Selecione “Brazil”, na lista de opções.

f) Cidade atual.
Escreva “Americana-SP” e clique em “ok”.

g) Línguas que ele fala.
Clique em “Other”, escreva “Portuguese”, dê enter e, em seguida, “ok”. Depois, suba a barra de rolagem na mesma questão, selecione “English” também e clique em “ok” novamente.

3- Informações de contato do nomeado:

a) E-mail.
Escreva “juan.piva@hotmail.com” e clique em “ok”.

b) Telefone.
Escreva “55 19 992878287” e clique em “ok”.

c) Organização que ele trabalha.
Escreva “Maestrello Consulting Linguistics” e clique em “ok”.

d) Cargo que ocupa.
Escreva “Environmental journalist” e clique em “ok”.

e) Site da organização.
Escreva “metodomaestrello.com.br” e clique em “ok”.

4- Sobre o trabalho do nomeado:

a) Quais opções melhor descrevem o trabalho dele?
Selecione as alternativas “A, B, D, E, F, G e H” e clique em “ok”.

b) Quais metas para o desenvolvimento sustentável são relacionadas ao trabalho dele?
Selecione a alternativa “A”, pois são todas daquela lista, e clique em “ok”.

c) Por que ele merece ser um Jovem Líder pelas Metas do Desenvolvimento Sustentável?
Aqui você poderá dizer, em 300 palavras, o motivo que está nomeando Juan Piva para este título. Depois de justificar sua escolha, clique em “ok” (mais para baixo, neste documento, leia o texto de indicação da mãe dele).

d) Links adicionais.
Neste campo, como sugestão, indique os links abaixo, separados por vírgulas, e clique em “ok”.
http://juanpiva.blogspot.com.br, http://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=49377, https://twitter.com/juanpiva, https://www.facebook.com/juan.piva.3, https://www.youtube.com/channel/UC2pvIgnr2CtNfmD5T6ZsIaA, https://www.youtube.com/watch?v=wWMbd3lpVrA&list=PLBC311804D42BE295, http://www.barcoescola.org.br/site/programa-de-radio-frequencia-ecologica-completa-um-ano, http://metodomaestrello.com.br/blog-da-maestrello/informacao-ambiental-voce-pagaria-para-verouvirler.

A partir daí, virão suas informações:
a) Escreva seu primeiro nome e clique em “ok”.
b) Escreva seu último nome e clique em “ok”.
c) Escreva a organização que você representa e clique em “ok”.
d) Escreva seu cargo e clique em “ok”.
e) Escreva sua relação com Juan Piva (familiar, amigo, companheiro de profissão, parceiro profissional, admirador do trabalho dele apenas, etc.) e clique em “ok”.
f) Escreva seu e-mail e clique em “ok”.

g) Por fim, clique em “Submit Application” e clique em “ok”.


Jovem Líder pela Sustentabilidade

Indico meu filho como jovem líder da ONU em função de sua luta pela democratização da informação ambiental, através de seu engajamento com o jornalismo pela sustentabilidade. Há seis anos e meio, ele tem atuado nesta área: em empresas de comunicação, ONGs socioambientais, comunidades religiosas, entre outras ações voluntárias.
Nascido em sítio, seu amor pela natureza foi despertado quando sua avó entregou um jardim para seus cuidados, quando tinha dez anos. Durante aquela ocupação, pela manhã – à tarde, dedicava-se aos estudos –, crescia a sementinha ecoprofissional em seu coração. Graças a essa atividade, dois anos depois, foi convidado para colaborar em uma horta ao lado de nossa casa. Aos 15, conseguiu emprego em uma fábrica de aquecedores solares de um primo e, com 18, operava máquinas em uma metalúrgica local, que lhe remunerava com o suficiente para pagar sua faculdade de Jornalismo.
Deixou a indústria para ingressar num estágio como assessor de imprensa de uma organização social americanense, em 2010. Além de cuidar da comunicação interna e externa dela, viu em seus voluntários ambientais o melhor tema para seu TCC/livro-reportagem e desenvolveu com eles um programa de televisão sobre Meio Ambiente. Dois anos mais tarde, passou a falar sobre o assunto em uma rádio comunitária da cidade. Via site, redes sociais e newsletter da associação, facilitou ainda mais o acesso público à informação ambiental.
Foi produtor e repórter de uma emissora televisiva limeirense, mas o trabalho no terceiro setor era o que mais lhe satisfazia, tanto é que ingressou em outra entidade ambientalista em 2014. Lá teve a liberdade de escrever e executar projetos, como um Curso de Empreendedorismo Socioambiental, que o levou para a startup educacional que está hoje, onde tem a chance de se aperfeiçoar por meio de parcerias com instituições de pesquisa e conduzir a bandeira da sustentabilidade.

Texto em inglês, traduzido via Google Tradutor - https://translate.google.com.br/?hl=pt-BR:


Young Leader for the Sustainable

I point my son as a young leader due to its struggle for the democratization of environmental information, through its engagement with journalism for sustainability. Six and a half years, he has worked in this area: in media companies, environmental organizations, religious communities, among other volunteer activities.
Born site, his love of nature was awakened when his grandmother gave a garden for their care, when he was ten years. During that occupation, in the morning - in the afternoon was devoted to studies - grew at ecoprofissional seed in his heart. Thanks to this activity, two years later, he was invited to collaborate in a garden next to our house. At 15, he got a job in a solar heating plant a cousin and, with 18, operated machines in a metallurgical, that remunerated him with enough to pay his journalism school.
He left the industry to enter a stage as press officer of a social organization, in 2010. In addition to taking care of her internal and external communication, seen in its environmental volunteers the best theme for your completion of course work/book-report and developed with them a television program on Environment. Two years later, he began to talk about it in a community radio station in the city. Via the site, social networking and newsletter of the association, facilitated further public access to environmental information.
It was producer and reporter for a television station, but the work in the third sector was the most satisfied him, so much that he joined in another environmental group in 2014. There was free to write and execute projects, such as a Social and Environmental Entrepreneurship Course, which led to educational startup that is today, where it has a chance to improve through partnerships with research institutions and conduct the banner of sustainability.

Mais informações em CicloVivo.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Um dia transformado em ano

O calor do Verão elevou nosso emocional ao mais alto grau de tensão. E vieram as crises, a dor. Choramos e fizemos chorar.
Após uma noite de reflexão, acordamos no Outono, dispostos a pedir perdão. Afinal, para acertar é preciso errar, precisa motivo maior para nos desculpar?
Mas teve quem não nos perdoou. Gente fria como o Inverno. Porém, nada como tempo, vão entender que não fizemos por mal.
Exalando o amor, chegou a Primavera, com o perfume da mais bela flor. Lá se foi um ano todo para notarmos quem realmente gosta da gente. Não, não vieram nos trazer presentes. Sentimos que presença bastava. Voltamos a sorrir.
E já é Natal; a marca da esperança, do perdão, do amor, da união - no dicionário da família. Sinônimos que poderiam bem denominar as estações do ano, para vivenciarmos essa magia nos outros 365 dias de 2016.

sábado, 19 de dezembro de 2015

Mudar é preciso

Certo dia, um bezerro precisou atravessar uma floresta virgem para voltar a seu pasto. Sendo um animal irracional, abriu uma trilha tortuosa, cheia de curvas, subindo e descendo colinas. No dia seguinte, um cão que passava por ali usou essa mesma trilha torta para atravessar a floresta. Depois foi a vez do carneiro, líder de um rebanho, que fez seus companheiros seguirem pela trilha torta.
Mais tarde, os homens começaram a usar este caminho: entravam e saíam, viravam a direita, à esquerda, abaixando-se, desviando-se de obstáculos, reclamando e praguejando... Mas não faziam nada para mudar a trilha.
Depois de tanto uso, esta acabou virando uma estradinha onde os pobres animais se cansavam carregando cargas pesadas, sendo obrigados a percorrer em três horas uma distância que poderia ser vencida em, no máximo, uma hora, caso a trilha não tivesse sido aberta por um bezerro.
Muitos anos se passaram e a estradinha se tornou a principal rota entre duas cidades, por onde passaram a transitar diariamente milhares de pessoas, seguindo a mesma trilha torta feita pelo bezerro centenas de anos antes... Ninguém se atreveu a mudá-la.
A história é sua
Por quantos pedaços de mau caminho não percorremos ao longo de nossa jornada na Terra, não é mesmo? Rotas que, de tantos obstáculos, consumiram boa parte de nossa motivação pra chegada.
Isso acontece porque, muitas vezes, repetimos trajetos que foram o destino de outros, e, longe de estarem alinhados para nós, concluímo-los com a sensação de muito esforço desperdiçado.
Mas esses cursos que saem do nada e levam para lugar nenhum constam no mapa de todas as pessoas, já que têm a tendência de seguir como cegas pelas "trilhas de bezerros" de suas mentes.
Partir em busca do novo não é fácil. A insegurança vai gritar para que não nade contra a corrente. Contudo, você precisará mostrar quem é o autor de sua história, o ponto final não pode sair de suas mãos, ou pés. Feliz é quem tem a liberdade de escolha, não tem medo de errar e está sempre disposto a recomeçar.

domingo, 22 de novembro de 2015

Dia de ser feliz

Hoje, você completaria 51 anos. Dos 24 que tive a oportunidade de conviver contigo, não me recordo de comemorações nesta data. Não que era contrário a esse tipo de festa, só nunca deu tanta importância como a maioria das pessoas, talvez por isso que não tomava a frente em uma organização dessa festividade e, o pior - na opinião da mãe - sequer lembrava-se de felicitar o aniversariante (quantos rachas não vi entre eles por isso...rs).
Mas confesso que nunca me importei em ver ela te cobrando para me parabenizar, quando estava em casa: “é aniversário do Juan, não preciso dizer mais nada, né?!”. Era mamãe que corria atrás de tudo para as minhas celebrações de infância, o trabalho dele não nos permitia tanto contato. E como o presente, quase sempre, era entregue antes, por que esperar por um parabéns? Na verdade, qual criança liga para a ausência desse voto?!
Enfim, se esse tipo de comemoração pouco lhe importava, para que escrever esse texto agora? Porque, mais que a data de seu aniversário, hoje é domingo - dia que passava com ele. Era quando íamos à missa de manhãzinha; depois assistíamos ao “Globo Rural”, “Siga bem, caminhoneiro” e “Esporte Espetacular”; almoçávamos comidas especiais, quando não preparadas pela mãe, buscadas em restaurantes; disputávamos partidas de videogame valendo a louça; jogávamos futebol e acompanhávamos nosso São Paulo; e ainda dava tempo de nos entreter com os programas do Faustão ou Gugu, antes de irmos dormir. É claro que não era sempre assim, às vezes rolava uma pescaria, pedalada, trilha na matinha, churrasco em algum parente, mas, a sequência de cima, penso eu, era a sua predileta.
Com esse cronograma de atividades, impossível aceitar quem reclame do domingo. “Dia da preguiça” é para quem não teve a oportunidade de curtir uma domingueira com a gente. 
A alegria do meu pai traduzia que em qualquer data era possível ser feliz, e não era a falta de um parabéns que diminuiria seu amor por mim. Te amo, hoje e sempre, minha estrela do céu!